O secretário estadual de Educação,
Pedro Fernandes, postou vídeo nas redes sociais nesta quinta-feira (07/03)
parabenizando o aniversário de 25 anos do concurso dos professores de 40 horas
na rede, enaltecendo aqueles professores de horário integral - cerca de 8 mil
ao todo (5 mil professores DOC I e 3 mil DOC II).
Está tudo muito bem, está tudo muito
bom com a homenagem, mas a verdade é que boa parte desse segmento da categoria
já poderá se aposentar agora em 2019 – no caso, as professoras que completaram 50
anos de idade, o que significará uma verdadeira sangria de profissionais
qualificados que sairão da rede, sem uma substituição à altura, já que o
governo estadual não faz concurso público para repor as aposentadorias.
Há outros graves problemas do governo
estadual em relação aos professores de 40 horas: o governo não paga o piso
nacional; não paga os triênios; não paga o percentual entre os níveis que
constam no plano de carreira e não cumpre o 1/3 de planejamento (Lei do Piso nº
11.738/2008).
Além disso, os professores DOC II,
com o fim do Fundamental I na reforma do ensino, foram explorados de acordo com
a conveniência dos diversos projetos da SEEDUC, forçados, por exemplo, a dar
aulas no Ensino Médio; já os DOC I tiveram que pegar muito mais turmas para
completar a carga horária – em média, 15 turmas em escolas diferentes. Os
professores de Filosofia e Sociologia chegaram a pegar 30 turmas, o que
inviabiliza o ensino de qualidade, além de massacrar física e emocionalmente o
professor. E por não cumprir o 1/3 de planejamento, o professor pega mais
turmas do que deveria.
Não à toa alertamos para o
esvaziamento da rede este ano, já que muitos profissionais vão querer se
aposentar por causa da proposta de reforma da previdência de Bolsonaro que já
está no Congresso e também devido às péssimas condições de trabalho e baixos
salários.
É preciso lembrar, ainda em relação à
aposentadoria, que um (1) professor DOC I de 40 horas tem a mesma carga horária
de 2,5 professores de 16h – ou seja, a quebra no número de professores, se não
houver uma reposição (concurso) à altura, será alta.
Conclusão: além dos mais de 20 mil alunos sem matrícula este ano,
teremos outros milhares de estudantes matriculados, mas sem professor.
Fonte: site Sepe RJ | |