Greve do magistério em São Gonçalo atinge o 34º dia
Sem acordo sobre o reajuste, professores mantêm paralisação por tempo indeterminado
Rio - Mais de 60 mil alunos da rede municipal de São Gonçalo completam hoje 34 dias sem aula devido à greve dos professores que decidiram nesta terça-feira, em assembleia, manter a paralisação iniciada em 26 de março. Desde o início do ano letivo, em 10 de fevereiro, os estudantes tiveram apenas 29 dias de aula.
Destes, cerca de 15 mil não tiveram nenhuma aula em algumas matérias, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro — Núcleo São Gonçalo (Sepe-SG), devido à falta de professores. O próprio sindicato diz que há risco desses alunos perderem o ano ou terem que estudar no período de férias, após o fim da greve.
Pablo Roberto Fernandes de Almeida, de 15 anos, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental do Ciep Armando Leão Ferreira, no Engenho Pequeno, receia não terminar o ano letivo. Antes mesmo do início da greve, ele vinha tendo apenas três matérias, devido à falta de professores na escola. “Dizem que eles vão chegar, mas até hoje nada. Com a greve, não sei como vai ser”, reclama.
Pai de Pablo, o funcionário público Paulo Roberto Faria, de 54, esteve na assembleia apoiando o movimento. “Estou preocupado com meu filho, mas apoio o movimento porque não há como ter um profissional de ensino de qualidade ganhando R$ 764 por mês. Cadê o prefeito que até hoje não fez uma proposta decente a categoria?”, questiona Faria.
Tatiane Ferreira de Souza, de 28, professora do Jardim de Infância Menino Jesus, no Zé Garoto, reclama que desde setembro de 2013 seu salário deveria ser de R$ 1.011. Porém, foi de R$ 764, 55 até março. “Tenho graduação e ganhava como se eu tivesse apenas Ensino Médio”, diz.
Erika Peixoto, de 44, professora da Creche Municipal Formando Vidas, no Mutuapira, conta com o marido para pagar as contas. “Há professoras que já foram despejadas por não pagar aluguel”, informa.
Destes, cerca de 15 mil não tiveram nenhuma aula em algumas matérias, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro — Núcleo São Gonçalo (Sepe-SG), devido à falta de professores. O próprio sindicato diz que há risco desses alunos perderem o ano ou terem que estudar no período de férias, após o fim da greve.
A categoria reivindica reajuste de 30%, rejeitando a proposta de 7% da prefeitura, a partir de maio, e mais 5% em novembro. Diretor do Sepe-SG, José Ricardo Vidal diz que o piso salarial inicial de R$ 764,55 é um dos menores do estado. “O prefeito Neilton Mulim prometeu 66% de reajuste quando assumisse o governo. Disse que tinha um estudo técnico e poderia dar o aumento.
Porém, ao assumir, nos deu apenas 12% ano passado”, afirma Vidal, apontando que o governo federal, por meio do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), repassa R$ 130 milhões ao ano para o município arcar com o setor. Ele explica que os 30% de reajuste são dados referentes a arrecadação do município, de acordo com o do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos sindical brasileiro (Dieese).
Prefeito diz ser impossível aumento de 30%
O prefeito Neilton Mulim disse que, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal e do orçamento do município, não é possível conceder um aumento de 30%. “Este é o terceiro reajuste concedido em apenas um ano e quatro meses de governo.
Ao todo, a categoria terá um reajuste salarial de 19%. Este é maior percentual dos últimos oito anos, quando os professores receberam apenas 15,7% de reajuste”, diz Mulim, sem comentar a promessa de campanha e a verba do Fundeb. A categoria também cobrou a votação na Câmara Municipal da mensagem do Executivo para eleições diretas de diretores de escolas. A proposta foi enviada na segunda-feira e os educadores esperam celeridade dos parlamentares para alterar o artigo 175 da Lei Orgânica do Município.
Pais e filhos preocupadosPablo Roberto Fernandes de Almeida, de 15 anos, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental do Ciep Armando Leão Ferreira, no Engenho Pequeno, receia não terminar o ano letivo. Antes mesmo do início da greve, ele vinha tendo apenas três matérias, devido à falta de professores na escola. “Dizem que eles vão chegar, mas até hoje nada. Com a greve, não sei como vai ser”, reclama.
Pai de Pablo, o funcionário público Paulo Roberto Faria, de 54, esteve na assembleia apoiando o movimento. “Estou preocupado com meu filho, mas apoio o movimento porque não há como ter um profissional de ensino de qualidade ganhando R$ 764 por mês. Cadê o prefeito que até hoje não fez uma proposta decente a categoria?”, questiona Faria.
Tatiane Ferreira de Souza, de 28, professora do Jardim de Infância Menino Jesus, no Zé Garoto, reclama que desde setembro de 2013 seu salário deveria ser de R$ 1.011. Porém, foi de R$ 764, 55 até março. “Tenho graduação e ganhava como se eu tivesse apenas Ensino Médio”, diz.
Erika Peixoto, de 44, professora da Creche Municipal Formando Vidas, no Mutuapira, conta com o marido para pagar as contas. “Há professoras que já foram despejadas por não pagar aluguel”, informa.