domingo, 19 de junho de 2011

Carta às direções de escola


          Cara colega diretora,


           A rede estadual entrou em greve dia 7 de junho para defender uma Educação pública de qualidade para nossos alunos. Esta greve somente ocorreu porque o governador Sérgio Cabral, descumprindo as promessas de campanha eleitoral de 2006, entre elas a incorporação da gratificação do Nova Escola, vem se recusando a negociar nossas questões salariais. O secretário Risolia até nos informou, em audiência dia 9/06, que a reivindicação salarial só será discutida pelo governo “no segundo semestre” – não resta dúvida, dessa forma, que ou a categoria se mobiliza ou continuaremos nesta situação de verdadeiro abandono.
           Assim, professores e funcionários das escolas vêm realizando assembleias massivas, discutindo com maturidade a mobilização. As assembleias têm relatado problemas com algumas direções, que têm
impedido militantes e representantes do Sepe de entrar nas unidades escolares e até ameaçado de demissão professores que cumprem estágio probatório. Antes de lembrar que os militantes têm todo o
direito, por lei, de defender a greve e ter livre acesso aos colégios, pedimos a compreensão das direções, principalmente em relação aos nossos colegas que entraram na rede recentemente.
           Hoje, as colegas professoras estão diretoras, mas serão sempre educadoras.
           Assim, nossa luta é a luta dos educadores - luta por melhores condições de trabalho e um salário digno.
Nossa luta tem que contar com as diretoras, já que nosso movimento, historicamente, sempre teve uma unidade forte e não pode ser diferente agora. Colega diretora, você também é trabalhadora da educação e esta greve é sua também. A bandeira é
justa e a sua participação é fundamental para garantir a defesa dos nossos direitos. Nossa luta tem sido árdua e não podemos nos dividir. Não podemos mais nos enganar e deixar de enxergar que a rede estadual tem que estar unida para enfrentar a luta por uma escola pública, laica e de qualidade.
           Portanto, solicitamos a nossos colegas a compreensão com o momento que estamos enfrentando. Compreensão em uma questão vital em nosso dia-a-dia da greve: a ameaça do governo de cortar o
ponto dos grevistas. A responsabilidade de cortar ponto ou lançar código 61 é do governo e não das direções.

           Venha, participe dessa luta, ela também é sua.

           O QUE REIVINDICA A CATEGORIA:

1) Reajuste emergencial de 26%;
2) Incorporação imediata da totalidade da gratificação Nova Escola;
3) Descongelamento do Plano de Carreira dos funcionários administrativos;
4) Regulamentação do cargo de animadores culturais;
5) Resgate do pleno funcionamento, com qualidade, do IASERJ;
6) Eleição direta para diretores de escolas;
7) Pelo não fechamento das 22 escolas;
8) Carga horária de 30 horas para funcionários;
9) Enquadramento imediato dos processos parados, inclusive os dos profissionais de 40 horas;
11) Aplicação da Lei n.º 11738/2008, que garante 1/3 da carga horária dos professores para planejamento;
12) Solidariedade ao movimento dos bombeiros.


SEPE/RJ – SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO


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