segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017


PAÍSES RICOS VOLTAM ATRÁS NA PRIVATIZAÇÃO DE ÁGUA

Tarifa no interior de SP triplicou após venda do serviço de saneamento
Pesquisas internacionais estimam que, até 2015, 60% da capacidade de abastecimento da América Latina sejam privatizadas. Juscelino Eudâmidas Bezerra, doutorando da Universidade Estadual Paulista (Unesp), disse que, nos países ricos, onde a idéia da privatização surgiu, os governos estão voltando atrás.
“O Estado francês, onde surgiram as primeiras experiências de concessão do sistema de distribuição de água, está reestatizando todo o serviço. Eles viram que a qualidade do serviço e da água caíram, os preços subiram exorbitantemente e o serviço não foi universalizado”, disse. A Itália, por meio de referendo, decidiu, em junho passado, que o sistema de água deve ser gerido por empresas públicas.
No município de Santa Gertrudes, em São Paulo, onde o sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto foi privatizado em 2010, os preços triplicaram em seis meses. “Isso ocorre por causa do modelo de reajuste estabelecido com base em preços internacionais. No caso do setor elétrico, depois da privatização, os preços subiram 400%”, disse um dos diretores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski.
De acordo com o MAB, 90% da rede de distribuição de água no país são controladas por empresas públicas, numa cobertura de quase 100% das grandes e médias cidades. Para a entidade, um negócio que não requer grandes investimentos e pode movimentar anualmente cerca de R$ 120 bilhões, mais que todo setor elétrico, desperta o interesse da iniciativa privada. A consequência, prevê Cervinski, será o aumento nas contas de água e diminuição dos investimentos no setor.















Fonte: Monitor Digital