terça-feira, 10 de novembro de 2020

CARTA COMPROMISSO

 Conforme feito em todos os anos de eleições municipais, o SEPE SG  durante os debates, entrega  para todos os candidatos à prefeitura a carta compromisso com reivindicações da categoria. Excepcionalmente esse ano devido a realização do debate virtual, a Direção do SEPE enviou a Carta compromisso aos candidatos via emails, solicitando o retorno da carta assinada. Informaremos assim que tivermos retorno dos candidatos, assim, saberemos os que de fato tem a Educação como prioridade.  


Carta compromisso aos candidatos à Prefeitura de São Gonçalo

 

O Sindicato Estadual dos Profissionais da (SEPE/RJ ) surge  como novo sujeito político no Estado do Rio de Janeiro ainda durante a ditadura militar, na histórica greve de 1979. Fechado pela ditadura no mesmo ano e reaberto  em 1983, em meio ao  processo de redemocratização do país, o SEPE não parou de lutar cotidianamente pelos direitos dos Profissionais da Educação, pela ampliação da escola pública e por uma sociedade mais justa. Assim, ampliou sua base e tornou-se o maior sindicato do Estado do Rio de Janeiro, representando professores e funcionários das redes públicas estadual e municipais. Em São Gonçalo destaca-se como o sindicato mais atuante em defesa dos profissionais da educação e da Escola Pública para todos e por uma cidade justa.

São Gonçalo é a segunda maior cidade do Estado do Rio e a 16ª do país. No entanto a rede pública municipal é, proporcionalmente , uma das menores. São mais de um milhão e 200 mil  habitantes (IBGE 2014), sendo cerca de 104.602 crianças de 0 a 14 anos (TCE 2011) .

A rede municipal de educação de São Gonçalo conta hoje com cerca de 40 mil alunos matriculados e distribuídos em 110 UEs,  incluindo as UMEIS. Porém sabemos que esse quantitativo não é suficiente para atender a demanda da cidade.  Se compararmos com as cidades vizinhas como Itaboraí, com cerca de 300 mil habitantes e uma rede que atende cerca de 30 mil alunos, veremos que  o investimento na rede municipal nunca foi prioridade dos governos. Temos milhares de crianças fora da escola ( em 2011 eram cerca de 50 mil), grande número de analfabetos funcionais, grande número de matrículas na rede privada, dezenas de escolas fechadas pelo governo estadual, e um CIEP municipalizado que foi desativado pela Prefeitura ( CIEP Portão do Rosa). Prédios sem manutenção estrutural colocam em risco a segurança de alunos, funcionários e professores, como na Creche Formando Vidas cujo telhado desabou no domingo de carnaval em 2015, e que até hoje não sofreu uma reforma significativa, ou o incêndio na caixa de luz da E.M. Paulo Roberto Amaral ou ainda as péssimas condições da E.E.M. Bairro Almerinda que foi fechada para realização de obras estruturais que nem chegaram a iniciar, hoje a escola está alojada temporariamente no CIEP 240. A cada verão que se inicia chegamos a mais de 40º nas salas de aulas não climatizadas e muitas sem sequer ventiladores potente ou em boas condições de uso.

Em pleno século XXI nossas escolas são tratadas como curral eleitoral, tendo suas direções indicadas pelos vereadores, demonstrando a cultura autoritária e desrespeitosa para com a população e os profissionais da educação. A interferência política nas escolas se dá através do executivo que administra a verba da educação de acordo com interesses de grupos.

A Prefeitura não cumpre a Lei 11738 que prevê o Piso Nacional do Magistério e 1/3 de carga horária para planejamento. Em 2018, depois de uma greve histórica da categoria, após uma tentativa do atual prefeito de tornar a greve ilegal, conseguimos espaço para a negociação do TAC 001/2018, que atualmente encontra-se em atraso sob uma justificativa falsa da equipe do governo, contestada também pelo Ministério Público.  A morosidade em cumprir o Plano de Carreira também é notória, muitos profissionais nunca receberam os 10% a que tem direito por lecionar com alunos especiais. A falta de negociações e de cumprimento de leis e promessas deixa a educação com um dos piores salários do Estado do Rio de Janeiro. O atraso no concurso público desestruturou o ano letivo de 2020, deixando milhares de crianças sem aulas por meses, após suspensão das duplas regências e aulas extras, comprometendo a conclusão de ano letivo.

As eleições de 2020 se dão em meio a uma pandemia e consequentemente uma crise político/econômica em nosso país, que trará enormes consequências para a população de nosso município.  Não foram os trabalhadores que fizeram essa crise. Não foram os trabalhadores que superfaturaram, que especularam,  que desviaram verbas públicas ou que lucraram com a exploração do trabalho. Não aceitaremos pagar pela crise as custas do corte de verbas da educação e saúde, as custas dos salários e aposentadorias dos trabalhadores, as custas dos planos de carreira conquistados nas duras lutas dos educadores, enfim não aceitaremos a redução de direitos. É necessário cobrar dos empresários que sacrifiquem parte dos voluptuosos lucros obtidos as custas dos impostos e tarifas pagos pelo povo para que haja a retomada do crescimento econômico com garantia e ampliação de direitos.

Assim, a pergunta do SEPE/SG é quais as opções políticas e econômicas que o candidato, se for eleito, tomará para garantir os direitos do povo a uma escola pública de qualidade e os direitos dos profissionais da educação a um salário digno e condições de trabalho?

A seguir nossa pauta de reivindicações:

ü  Execução do TAC

ü  Cumprimento da Lei 11738/08 efetivamente ( piso e 1/3 da carga horária livre para planejamento)

ü  Eleições diretas para Diretores de escolas

ü  Condições de trabalho em escolas bem estruturadas com reformas e ampliação das áreas comuns e climatização

ü  Realização de concurso público que atenda a demanda real de carências dos profissionais da Educação (professores, merendeiros, inspetores de alunos, professores de apoio, profissionais para cumprimento do 1/3 de planejamento, auxiliares de creches, supervisores...)

ü  Construção de novas UEs com padrão de estrutura para atender as necessidades pedagógicas( quadras poliesportivas, bibliotecas, salas multimeios, acessibilidade)

ü  Reforma das UEs sucateadas

ü  Pagamento integral das passagens

 

Eu____________________________________________ candidato (a) à Prefeitura de São Gonçalo me comprometo com a pauta de reivindicações dos Profissionais da Educação de São Gonçalo, bem como negociar com o SEPE/SG, reconhecendo-o como legítimo representante da categoria.

                          São Gonçalo, 10 de novembro de 2020.