A direção do
Sepe-RJ, representando os profissionais de educação das redes públicas estadual
e municipais do Rio de Janeiro, se solidariza com os parentes, amigos,
profissionais de educação, pais e responsáveis da Estadual Raul Brasil do
município de Suzano, em São Paulo, onde nesta quarta-feira (13/03) dois
atiradores invadiram a escola e mataram pelo menos 5 estudantes e dois
profissionais da escola, deixando dezenas de feridos.
A categoria,
além de conviver diariamente com a tensão provocada pela violência que acomete
o País e reverbera, profundamente, em nossas escolas, infelizmente passou, há
oito anos, por episódio semelhante, quando 13 alunos da Escola Municipal Tasso
da Silveira, no Rio, foram assassinados por um atirador.
À época, o
Sepe alertou que uma das causas da violência que atinge as escolas públicas é o
gradual abandono por parte das autoridades estaduais e municipais do setor da
Educação. Hoje, como na época da tragédia da Tasso da Silveira, faltam milhares
de funcionários administrativos nas redes, como inspetores de alunos, pessoal
de portaria, orientadores educacionais, entre outros profissionais que têm a
tarefa de auxiliar o trabalho dos professores e garantir segurança no espaço
escolar. As autoridades que têm obrigação de repor a carência de profissionais
na rede pública de educação pouco fazem, não convocam concursos e pagam baixos
salários, provocando a evasão e a aposentadoria precoce - temos certeza que
este é o quadro encontrado nas escolas públicas de São Paulo, como em quase
todo o País.
E é triste,
mas real, quando alertarmos que essa situação pode piorar, já que em 2017 foi
aprovada a “PEC do Fim do Mundo”, que congela o investimento público por 20
anos. Não contente com isso, o atual governo federal já encaminhou ao Senado a
proposta de desvincular dos governos dos estados e municípios os gastos em
Saúde e Educação – se tal desatino for aprovado, além de se concretizar a
destruição da Constituição, pode-se dizer que será o fim do serviço público no
Brasil.
O que mais
dizer? Lamentamos profundamente o episódio da escola em São Paulo, mas toda a
sociedade brasileira tem que acordar e reagir contra o desmonte dos serviços
públicos essenciais que está ocorrendo já há alguns anos por parte dos governos
em todos os níveis.
Esse desmonte
é sentido pela maioria da população que necessita de serviços públicos de
qualidade.
Diretoria do Sepe-RJ