quarta-feira, 4 de julho de 2018

Escola sem Partido pode ser aprovado hoje (dia 4/7) por Comissão Especial da Câmara

A comissão especial da Câmara dos Deputados está discutindo o projeto de lei nº 7180/2014 que propõe o Escola Sem Partido e pode aprovar hoje (dia 4/7) o projeto. Caso haja tal aprovação, a decisão da comissão não precisará ir para discussão no plenário e o PL será enviado diretamente para o Senado. Se os senadores aprovarem o projeto Escola Sem Partido passará a valer em todo o território nacional.
 
Com a apresentação do parecer do relator no dia 20 de junho a comissão entrou na fase de Discussão e Votação. Desta forma, a votação para aprovar o substitutivo do PL Escola Sem Partido que o relator apresentou (ainda pior que o PL original) pode ocorrer em qualquer uma das reuniões da comissão e a próxima está agendada e confirmada para esta  quarta-feira, 04/07. 
 
Praticamente todos os integrantes desta comissão especial são favoráveis ao projeto. Já foram realizadas várias audiências de Instrução da comissão, quando inúmeras pessoas foram ouvidas para que os deputados pudessem, supostamente, votar com propriedade. Entretanto os deputados praticamente só chamaram pessoas favoráveis ao projeto, sendo que o próprio criador do Movimento Escola Sem Partido (2004) e do projeto de lei Escola Sem Partido (2014), o advogado Miguel Nagib, foi chamado para falar seis vezes na comissão.
 
O Escola Sem Partido é um projeto reacionário que visa destruir todos os avanços conquistados na educação desde a constituição cidadã de 1988 e, principalmente, o que foi conquistado desde os anos 2000. O Escola Sem Partido pretende proibir todas as discussões sobre desigualdades sociais, sejam elas baseadas em classe, em raça, em filiação religiosa, em gênero, em sexualidade etc. O PL propõe inclusive que um cartaz seja afixado nas salas de aulas com as normas da lei.
 
Além disso, o Escola Sem Partido, como está escrito no próprio projeto de lei, tem por objetivo agir sobre as práticas em sala de aula, sobre todos os materiais didáticos e paradidáticos, sobre o ENEM e sobre os concursos para o magistério.
 
Lembramos que,  em março do ano passado, o ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar suspendendo integralmente a Lei do escola sem partido aprovada pelos deputados estaduais no estado de Alagoas.