quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

NOTAS OFICIAIS DO MUSPE E DO SEPE SOBRE A MANIFESTAÇÃO NA ALERJ

  NOTA OFICIAL

O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais - MUSPE - vem a público manifestar-se nos seguintes termos:

Esta foi uma tarde de horror e violência. Os servidores públicos ativos, aposentados e pensionistas, estiveram reunidos na tarde deste dia 6 de dezembro para protestar contra o "Pacote de Maldades" do governo do Estado. Mais uma vez, foram rechaçados com força desproporcional e violência desmedida. Os policiais militares em serviço na ALERJ fizeram uma verdadeira caçada aos manifestantes. Viu-se de tudo um pouco: carros blindados atirando bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, e balas de borracha contra as pessoas, diversos disparos de policiais que se escondiam atrás de  máscaras e escudos, a polícia montada intimidando os manifestantes, e até viu-se   policiais de armas em punho, invadindo a igreja de São José, para atirar covardemente contra servidores desarmados, tratados como bandidos.

O servidor público, que está sem pagamento, com o salário congelado há anos e sem condições básicas de trabalho, é  obrigado a suportar um governo que não dialoga e que busca impingir, sem nenhuma piedade, um conjunto de medidas que afronta o serviço público e atenta contra a carreira e a dignidade dos servidores, seja através do aumento da alíquota previdenciária, seja através de congelamento de gastos ou, ainda, não promovendo o cumprimento de leis que garantem a incorporação das gratificações, no caso dos servidores da segurança pública.

O Rio de Janeiro está quebrado. O calote que os servidores sofrem do governo se reflete no comércio, arrastando todos para o fundo do poço, criado pela corrupção enraizada neste governo. Os servidores não deram causa à crise, alicerçada em três pilares fundamentais: as isenções fiscais, a não cobrança da dívida ativa e, principalmente, a corrupção, cujo principal artífice está preso: Sérgio Cabral, merecidamente acompanhado de sua "primeira dama", Adriana Ancelmo.

Portanto, antes que se fale em vandalismo dos servidores, lembramos que vandalismo é o que o governo faz com nossos salários. Antes que reclamem que o servidor respondeu aos ataques covardes da tropa de choque da PM com rojões, lembramos que já estamos sendo atacados há muito tempo, e todo mundo, uma hora, se cansa de apanhar. Antes que digam que o servidor colocou fogo na rua, lembramos que isso foi uma reação e um grito por justiça, onde não se vê esperança num governo corrupto e que não governa para o povo. Antes que insinuem que o servidor errou, lembramos que errado é quando quatro policiais perseguem e sacam armas de fogo para servidores que se encontravam encurralados na Travessa do Paço, quase provocando uma desgraça, e culminando em uma agressão covarde de um militar a uma mulher.

O Rio, cantado e decantado em poesia e músicas, hoje virou uma praça de guerra. Um triste capítulo foi escrito na história do nosso Estado. Agora, além da violência psicológica, moral e financeira a que estamos submetidos pelo governo, temos também a violência física, proporcionada por um governo que promove a corrupção e que se esconde atrás da repressão policial.

No dia 12 de dezembro, a ALERJ pretende votar medidas que violentam, exploram e massacram os servidores. Estaremos lá, para resistir, olhar nos olhos dos deputados e questionar se eles vão mesmo nos impor a conta de uma crise à qual não demos causa. Vamos depender da resposta deles para darmos a nossa. E vamos lutar até o fim por dois objetivos: impedir a aprovação deste pacote de maldades e ver toda esta quadrilha presa.



MUSPE - Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais                      


NOTA OFICIAL DO SEPE

 Sobre o palco de guerra promovido pelo governo em frente à ALERJ: Hoje, dia 6 de dezembro de 2016, a Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro iniciou a votação do pacote de maldades do governo Pezão, que apenas ataca direitos de trabalhadores e os serviços públicos, numa verdadeira afronta ao conjunto de servidores e à própria população. Cercada por um forte aparato de segurança, fazendo a ‘casa do povo’ parecer mais um presídio do que um parlamento, a ALERJ praticamente declarou guerra, impondo uma forte repressão aos manifestantes, com policiais atirando bombas e balas de borracha até mesmo das janelas da Igreja de São José, levando o caos às principais ruas do centro da cidade em um período de confrontos que totalizou mais de 5 horas de massacre.

O Sindicato Estadual de Profissionais da Educação do Rio de Janeiro vêm a público para condenar veementemente a postura autoritária, violenta e antidemocrática do governo do estado e da presidência da ALERJ, que tentam impor um pacote impopular, sem debates com a população, e sem atacar os verdadeiros problemas que levaram à crise como as isenções fiscais feitas para os empresários e o dinheiro desviado pelo grupo de Cabral. Não apenas a prisão do ex-governador vem descortinando um amplo esquema de corrupção, que envolve diretamente seu sucessor Pezão, como as isenções fiscais bilionárias passam a ser questionadas até mesmo na grande imprensa, que até então blindava esse governo. Com o governo politicamente em frangalhos, não é possível que insistam nessa afronta aos nossos direitos e no desmonte dos serviços públicos, de que a população tanto precisa. Nós servidores públicos que atendemos a população no seu dia-dia não podemos pagar pela crise econômica feita por esse governo.

A direção do Sepe convoca a categoria a paralisar as atividades no dia 12/12 (segunda), com ato a partir das 10h, com a educação se concentrando antes no "Buraco do Lume".

Conclamamos o conjunto dos servidores, através do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais, à construção urgente da Greve Geral para barrar esses ataques. Somente com a união de nossas forças, e com o apoio da população, é que teremos condições de impedir a votação do pacote de maldades e reverter o desmonte dos serviços públicos.

Direção do Sepe-RJ